terça-feira, 22 de maio de 2012

O papel do psicopedagogo frente as dificuldades de aprendizagem em sala de aula

O PAPEL DO
PSICOPEDAGOGO FRENTE ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM  E DOS PROBLEMAS AFETIVOS E DE CONDUTA EM SALA DE AULA
















Erechim
2011
carmem lucia federle













O PAPEL DO
PSICOPEDAGOGO FRENTE ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E DOS  PROBLEMAS AFETIVOS E DE CONDUTA EM SALA DE AULA




Trabalho individual de Portifólio, de pesquisa bibliográfica como requisito  de avaliação, para o  curso de pós Graduação em Psicopedagogia Institucional pela Universidade Norte do Paraná – Cemap Erechim, com o tema O papel do psicopedagogo frente as dificuldades de aprendizagem e dos  problemas afetivos de conduta em sala de aula -    modulo I – 2010 para as disciplinas – Dificuldades de aprendizagem Frente a outros Transtornos: Problemas Afetivos e de Conduta em Sala de Aula, Metodologia da Pesquisa I, Principais Dificuldades de Leitura, Escrita e Linguagem, Principais Dificuldades de Aprendizagem Lógico-matemática.




Erechim, 2011


RESUMO


Este trabalho tem como tema principal a abordagem  das dificuldades de aprendizagem existentes em sala de aula, bem como  as dificuldades de aprendizagem frente a outros transtornos, bem como vai abordar a questão da influencia da afetividade no processo de ensino-aprendizagem que podem gerar problemas de conduta em sala de aula. Daí entra o papel do psicopedagogo como mediador na solução ou superação desses transtornos ou dificuldades que envolvem a aprendizagem de ética abordará a postura e o papel específico do psicopedagogo.



Palavras-chave:   afetividade – psicopedagogo – aprendizagem



















INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o objetivo de conhecer os principais problemas de ordem afetiva e de conduta presentes em sala de aula, focando o problema afetivo em sala de aula e sua repercussão na aprendizagem, procurando, dessa forma, compreender os problemas relacionados à afetividade e conduta como um fenômeno multifatorial, buscando parcerias de trabalho com os pais e educadores
É importante questionar o quanto é desafiador o  cenário da educação e quanto  causa impacto direto e indireto na reavaliação e avaliação  das diretrizes de desenvolvimento para o professor, estudante, sociedade e escola.
Sendo assim, é importante que o professor esteja devidamente capacitado e informado para fazer a detecção das dificuldades de aprendizagem, para que assim seja feita uma intervenção precoce, possibilitando dessa forma, uma melhor qualidade  no seu trabalho e assim podendo ser feita uma intervenção eficiente que irá auxiliar o estudantes no seu processo de aprendizagem. 
Todas estas questões serão devidamente ponderadas ao longo deste estudo, possibilitando assim, que questões importantes sobre como a psicopedagogia institucional atua e qual é o seu objeto de estudo,  bem como os problemas afetivos e de conduta podem     influenciar na aprendizagem e no desenvolvimento humano.














O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO FRENTE ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E DOS PROBLEMAS AFETIVOS E DE CONDUTA EM SALA DE AULA

A psicopedagogia surge com o intuito de desmistificar a idéia de que o sujeito era tido como uma conseqüência fisiológica sem questionar a escola, onde o sujeito era produto de um erro da natureza, esse era o paradigma da anomalia anatomofisiológica que perdurou por décadas.  A psicopedagogia tem como  objeto de estudo a aprendizagem.
 É importante salientar que para aprender é preciso agir e essa ação fica registrada através de sinapses, implica mudança de comportamento, cérebro e meio funcionando harmonicamente.
Segundo Wallon, 1995, o sujeito é dotado de inteligências, e cada uma delas dever ser respeitada. Salienta o autor, que é de máxima importância reconhecer e estimular todas as variadas inteligências humanas e todas as combinações de inteligências, e é por esse motivo que somos todos diferentes.
 “Se reconhecemos isso, penso que teremos pelo menos uma chance melhor de lidar adequadamente com os muitos problemas que enfrentamos nesse mundo. Se pudermos mobilizar o espectro das capacidades humanas, as pessoas não apenas se sentirão melhores em ralação a sim mesmas e mais competentes...” (GARDNER, 1995:18).

Pode-se dizer então, que a psicopedagogia surge da  necessidade de buscar subsídios para estudar o fracasso escolar e da certeza  que não havia como entender o fracasso escolar apenas como causa orgânica. Surge da necessidade de entender melhor o processo de aprendizagem, não meramente envolvendo a Psicologia e a Pedagogia, porém a psicopedagogia tem recorte interdisciplinar, buscando suporte e apoio em outras áreas como a psicanálise, pedagogia social, medicina, lingüística, fonoaudiologia, e cria seu próprio objeto de estudo: a aprendizagem.
É preciso ter clareza que a psicopedagogia é um campo de atuação que lida com saúde e educação e diretamente com o processo de aprendizagem, considerando a influência do meio, escola, família e sociedade. Sendo assim, o objetivo do trabalho psicopedagógico é promover a aprendizagem garantindo o bem-estar das pessoas em atendimento devendo-se valer-se dos seus recursos disponíveis incluindo a relação dos recursos interprofissionais, realizando pesquisas cientificas no campo psicopedagógico com intuito de promover novas aprendizagens.
De acordo com Vygotsky, interações sociais e culturais são criticas para a aprendizagem. Os indivíduos criam seus mecanismos psicológicos para aprender a controlar seu comportamento. O individuo tem papel ativo no desenvolvimento da sua aprendizagem. Vygotskyi destaca que as funções psicológicas do ser humano surgem da interação dos fatores  biológicos que são parte da constituição física do homem, com os fatores culturais, que evoluíram através da historia.
 “As funções psicológicas especificamente humanas se originam nas relações do individuo e seu contexto cultural e social(...) A cultura, é portanto, parte constitutiva da natureza humana já que sua característica psicológica se da através da internalização dos modos  historicamente determinados e culturalmente organizados de operar com informações” (REGO, 1995:42)

 Outro fator a considerar com relação a aprendizagem é a afetividade. Contudo, um aspecto que considero extremamente importante neste assunto e que por isto acredito que possibilitará que vocês possam compreender melhor e tirar mais proveito de nossas aulas é o entendimento de como as questões relacionadas à afetividade interferem na aprendizagem e vice-versa.
“E isto ocorre porque o ser humano não é um ser compartimentado cujas vivências e experiências são guardadas em gavetas separadas sem comunicação umas com as outras. Pelo contrário, segundo a Organização Mundial de Saúde, o ser humano é visto hoje como um ser BIOPSICOSSOCIAL”.   Fioravante, Daniela Pedrosa.( Tele aula).
O psicopedagogo precisa entender o ser humano como uma pessoa integrada. Para aprender é preciso agir.   Os transtornos podem estar escondidos e precisa ter uma equipe multidisciplinar para detectar esses transtornos e poder intervir. E o primeiro responsável a detectar esses transtornos é o professor, por esse motivo é que ele deve ter um olhar atento ao seu estudante.                                                         
É importante observar o que a criança faz, se consegue fazer coisas simples, como vestir-se, questionar, relacionar-se e como se dá a sua interação, e a partir dessa observação é possível saber se esta criança está se desenvolvendo corretamente assim é possível uma intervenção precoce sendo que esta intervenção precoce irá auxiliar a criança  no seu desenvolvimento.
Conhecer a estrutura cerebral é fator importante para se compreender como se processam as informações. O cérebro tem a seguinte estrutura: massa cinzenta – superfícies, aqui estão localizados os comandos, as sensações, a organização neuronal para aprender e  substancia branca.
Para aprender é preciso agir. Essa aprendizagem fica registrada através de sinapses e implicam mudança de comportamento. A aprendizagem integra aspectos psicosociológicos que é determinada pela boa relação com o professor e meio adequado, e neurobiológicos, que são as ligações neuronais, que dizem respeito ao nosso cérebro.
Cabe aqui reforçar que as sinapses são interligações entre um neurônio e outro. São estímulos elétricos. É uma área de comunicação rica em neurotransmissores. Rotta salienta que as sinapses podem ser elétricas ou químicas. A transmissão sináptica no sistema humano, é química e a comunicação entre os elementos em contato depende da liberação de substâncias químicas, que são os neurotransmissores. Segundo Rotta e Riesgo “ O conhecimento da transmissão sináptica é a chave para compreender a base neural do aprendizado da memória” (ROTTA, OLHWEILER e RIESGO, 2006: 50).
 Usar a neurologia na escola é muito importante pois é importante conhecer o funcionamento do cérebro para poder compreender e intervir no momento e da forma mais adequada. A neuropedagogia usa-se de três estratégias: clinica – observação na sala de aula, dificuldades, comportamento, leitura/escrita, socialização, como age frente as regras, atenção; Pedagogia: aspectos pedagógicos, como reconhece letras, se aglutina ou omite letras, se lê corretamente; conduta multidisciplinar: ter plena noção de onde se vai precisar de outras intervenções.
O psicopedagogo promove mudanças nos aspectos psicosociológicos trabalhando com a escola e a família. Problemas de conduta e de aprendizagem estão relacionados. Quando o problema for de origem emocional o trabalho é do psicólogo, por conseguinte, quando o problema for de aprendizagem é de função do psicopedagogo.
A psicopedagogia, por contar com a contribuição de várias áreas do conhecimento, Psicologia, Sociologia, Antropologia, e outros, assume o papel de desmitificadora do fracasso escolar, entendendo o erro apresentado pelo indivíduo no processo de construção do seu conhecimento (Piaget), a as interações (Vygotsky), como fator importante no desenvolvimento das habilidades cognitivas.
O psicopedagogo assume papel relevante na abordagem e solução dos problemas de aprendizagem. Não procura culpados e não age com indulgência. De acordo com Bossa (2000, p. 14), “é comum, na literatura, os professores serem acusados de   isentarem-se de sua culpa e responsabilizar o aluno ou sua família pelos problemas de aprendizagem”, mas há um processo a ser visto, às vezes, os métodos de ensino tem que ser mudados, o afeto, o amor, a atenção, isto tudo influi muito na questão.
 Nesse caso, o psicopedagogo procura avaliar a situação da forma mais eficiente e proveitosa. Em sua avaliação, no encontro inicial com o aprendente e seus familiares, que é um recurso importantíssimo, utiliza a “escuta psicopedagógica”, que o auxiliará a captar através do jogo, do silêncio, dos que possam explicar a causa de não aprender.Segundo Alícia Fernandes (1990 p. 117), a [...] intervenção psicopedagógica não si dirige ao sintoma, mas o poder para mobilizar a modalidade de aprendizagem, o sintoma cristaliza a modalidade de aprendizagem em um determinado momento, e é a partir daí que vai transformando o processo ensino aprendizagem.
Portanto a psicopedagogia não lida diretamente com o problema, lida com as pessoas envolvidas. Lida com as crianças, com os familiares e com os professores, levando em conta aspectos sociais, culturais, econômicos e psicológicos.
                 Na relação educativa, dentro das práxis pedagógica, ele é o sujeito que busca uma nova determinação em termos de patamar crítico da cultura elaborada. Ou seja, é um ser humano que busca adquirir um novo patamar de conhecimentos, habilidades e modo de agir. Mas, o próprio aluno não tem essa visão e muitas vezes se angustia dentro da escola porque ao chegar ali traz de casa o auto-conceito e auto-estima a partir das relações que desenvolve com os pais ou pessoas de seu convívio diário.
O professor, em sala de aula, não pode destruir essa relação. O educando não pode ser considerado, pura e simplesmente, como massa a ser informada, mas sim como sujeito, capaz de construir a si mesmo, desenvolvendo seus sentidos, entendimentos e inteligências, a educação escolar não pode exigir uma ruptura com a condição existente sem suprir seus elementos. Há uma continuidade dos elementos anteriores e, ao mesmo tempo uma ruptura, formando o novo. O que o aluno traz de seu meio familiar e social não deve ser suprimido bruscamente, mas sim incorporado às novas descobertas da escola.
Quando uma criança aprende um novo modo de executar uma brincadeira, um modo de ser, não suprime o modo anterior, ao contrário, incorpora o modo anterior ao novo modo de execução. É o novo que nasce do velho, incorporando-o por superação (Luckesi, 1994, p. 118).
Assim as relações entre os professores e alunos, as formas de comunicação, os aspectos afetivos e emocionais, a dinâmica das manifestações na sala de aula, segundo Libâneo (1994), fazem parte das condições organizativas do trabalho docente, juntamente com os aspectos cognitivos e sócio-emocionais da relação professor-aluno. Isso significa que o trabalho docente se caracteriza não apenas pelo preparo pedagógico e científico do professor e de toda a equipe da escola, mas também, pelo constante vaivém entre as tarefas cognoscitivas colocadas pelo professor e o nível de preparo dos alunos para resolverem as tarefas.
                   A importância do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem começa a configurar-se quando se toma consciência das dificuldades dos alunos e cuida-se em apresentar os objetivos, os temas de estudos e as tarefas numa forma de comunicação clara e compreensível, juntamente com o professor e na escola, em um todo.
 As formas adequadas de comunicação concorrem positivamente para a interação professor-aluno e outros que fazem parte do contexto escolar. A psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes.
Para Bossa (2000), o psicopedagogo tem muito o que fazer na escola: Sua intervenção tem um caráter preventivo,sua atuação inclui:
·      orientar os pais;
·      auxiliar os professores e demais profissionais nas questões pedagógicas;
·      colaborar com a direção para que haja um bom entrosamento em todos os integrantes da instituição e;
·      principalmente socorrer o aluno que esteja sofrendo, qualquer que seja a causa.
São inúmeras as intervenções que o psicopedagogo pode ajudar os alunos quando precisam, e muitas coisas podem atrapalhar uma criança na escola, sem que o professor perceba, e é o que ocorre com as maiorias das crianças com dificuldades de aprendizagens, e às vezes por motivos tão simples de serem resolvidos. Problemas familiares, com os professores, com os colegas de turma, no conteúdo escolar, e muitos outros que acabam por tornar a escola um lugar aversivo, e o que deveria ser um lugar prazeroso. 
Dentro da escola, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas em suas disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva, também com a participação em reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento dos seus filhos, em conselhos de classe com a avaliação no processo metodológico, na escola como um todo, acompanhando e sugerindo atividades, buscando estratégias e apoio necessário para cada criança com dificuldade.
Segundo Bossa (l994, p. 23), cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter essistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem.
O psicopedagogo atinge seus objetivos quando, tem a compreensão das necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Desta forma o psicopedagogo institucional passa a tornar uma ferramenta poderosa no auxílio da aprendizagem.
Cabe salientar que ás vezes, quando o fracasso escolar não está associado às desordens neurológicas, a família tem grande participação nesse fracasso. Percebe-se nos problemas, lentidão de raciocínio, falta de atenção, e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor rendimento intelectual.
A família desempenha um papel importante na condução e evolução do problema acima mencionado, muitas vezes não quer enxergar essa criança com dificuldades que muitas vezes está pedindo socorro, pedindo um abraço, um carinho, para chamar a atenção para o seu pedido, a sua carência. Esse vínculo afetivo é muito importante para o desenvolvimento da criança. Sabemos que uma criança só aprende se tem o desejo de aprender, e para isso é importante que os pais contribuem nesse processo. É cobrado da criança que esta seja bem sucedida. Porém quando este desejo não si realiza, surge a frustração e a raiva que acabam colocando a criança num estado de menos valia, e proporcionando as dificuldades de aprendizagem.
A intervenção psicopedagógica se propõe a incluir os pais no processo, através de reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho junto aos professores. Sendo assim os pais ocupam um novo espaço no contexto do trabalho, opinando e participando, e isto é de suma importância.
É importante ter sempre presente a idéia de que a intervenção precoce é a primeira estratégia de inclusão. Uma criança fisicamente pode ter algum transtorno não visível, por que eles aparecem no cognitivo, no comportamento. Assim, o professor percebe e encaminha para a equipe multidisciplinar fazer as devidas intervenções.
Ciasca, 2003, diz que a aprendizagem é um processo complexo e evolutivo, constante que implica numa seqüência de modificações observáveis e reais no comportamento do indivíduo físico e biológico e no meio que o rodeia. A interação entre professor e aluno é fundamental para detectar problemas e avanços na aprendizagem.
Com relação aos transtornos de aprendizagens é  apresentado pela CID-10 e DSM-IV que basicamente três tipos de transtornos específicos: o transtorno de leitura, da matemática e da expressão escrita.
Pode-se dizer que, as dificuldades de aprendizagem é  uma condição heterogênea onde o individuo não consegue dar conta das demandas de conteúdo escolar por diversos motivos, de natureza cognitiva, comportamental e  psicossociocultural e pedagógica.
Dificuldade de aprendizagem do ponto de vista neurológico tem causas diversas e o seu diagnóstico deve ser feito de forma multidisciplinar. A avaliação multidisciplinar depende das áreas de fonoaudiologia, psiquiatra, psicopedagogo, psicomotricista, radiologista, e o mesmo acontecem com o tratamento.
As dificuldades de aprendizagem podem ser classificada levando-se em conta as funções afetadas, que são as funções psicológicas superiores. São aprendidas desde o nascimento e são importantes para a vida toda. Podem ser detectadas precocemente utilizando-se de instrumentos de avaliações do desenvolvimento neurológico, exame neurológico. Esse conjunto de testes permite detectar distúrbios da atenção, da memória,  da linguagem oral e escrita.
Assim, pode-se dizer que o professor é o identificador dos processos de dificuldade de aprendizagem. Para a criança aprender bem a criança precisa ter os processos biológicos bem desenvolvidos.  Os fatores que influenciadores das dificuldades de aprendizagem são disfunção neurológica e disfunção neuropsiquiatra.
Cabe salientar que de acordo com OHLEILER, 2006,
 “os transtornos de aprendizagem compreendem uma inabilidade especifica, como de leitura, escrita ou matemática, em indivíduos que apresentam resultados significativamente abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual. (ROTTA, OHLEILER e RIESGO, 2006:127)
Dentre as dificuldades de aprendizagem podemos destacar os distúrbios de linguagem que se referem tanto a linguagem oral quanto a linguagem escrita, que gera sarro, timidez, vergonha, e isso gera conseqüências afetivas e cognitivas que, por conseguinte podem levar à problemas de conduta em sala de aula. Os distúrbios de leitura e escrita que é possível diagnosticar a partir de 7 ou 8 anos, também podem gerar problemas de conduta em sala de aula, uma vez que o estudante vai ficando introspectivo, gerando baixa autoestima o que leva pode levar desencadear   problemas de conduta em sala de aula.
Os distúrbios de leitura e escrita mais comum é a dislexia, que consiste na dificuldade com as palavras, sendo que 15% da população apresentam esse distúrbio. Pode se apresentar de diferentes formas: hiperlexia: a criança decodifica junta letras, porem tem dificuldade na compreensão; distúrbio da leitura  e escrita: tem dificuldade na leitura e na escrita, bem como na compreensão do que é lido. A dislexia pode se apresentar como dilexia disfonética: apresenta um prejuízo na fonética, ou seja na rota fonológica. Reconhece a palavra como um todo, mas não consegue saber o som que cada letra tem separadamente, e junto. É uma dificuldade em processar e entender o som de cada letra; dislexia diseidética: facilidade em compor som, mas não consegue ler o todo, mas decodifica. É um prejuízo na rota visual, apresentando dificuldade em processar símbolos gráficos e questões de leitura, e a dislexia mista ou aléxica: apresenta problema em reconhecer a palavra e decodificar. Não entende o som das palavras e letras. Há também a disgrafia e a disortografia que também são distúrbios de aprendizagem.
A dislexia muitas vezes, é confundida com problemas de conduta em sala de aula pois ela a criança é lenta  e muitas vezes faz outras coisas por não compreender os processos de leitura e escrita, e é tida como indisciplinada, desatenta, e muitas vezes, é confundida com déficit de atenção podendo levar a criança a depressão.
Os distúrbios na matemática também podem gerar problemas de conduta pois por não conseguir acompanhar os seus colegas o estudante se sente incapaz, passa a ter vergonha de expressar-se gerando conseqüências afetivas e de conduta, gerando desinteresse, afetado não só a leitura e escrita mas a aprendizagem em todos os campos do conhecimento. O TDAH podendo ser predominantemente desatento, predominantemente hiperativo e misto, em que cerca de 70% de crianças com TDAH apresentam problema na fala e na socialização, podendo tornar-se agressivos, revoltados por não conseguirem aprender, podendo levar a comportamentos anti-sociais. Outro fator que pode levar ao desencadeamento de problemas de conduta é o bulling que vem a ser um problema de comportamento, que merece atenção, pois pode gerar agressividade e violência entre as crianças e adolescentes.
 Assim, conforme vimos a afetividade está relacionada àquilo que o ser humano sente, ou seja, às suas emoções, que o levam então, a nutrir sentimentos positivos e negativos por algo e/ou alguém e a agir em relação a este alguém ou algo de acordo com seus sentimentos. Dessa forma, como podemos observar o afeto é aquilo que nos move, que nos motiva, de modo que só buscamos conhecer e questionar sobre o que nos gera interesse.
É importante ter claro que o  aprendizado é um processo complexo, dinâmico, que resulta em modificações estruturais e funcionais permanentes do Sistema Nervoso Central, por isso necessita de atenção e um olhar atento e diferenciado para cada estudante.












CONCLUSÃO

Com a realização deste trabalho, é possível concluir então, que a psicopedagogia surge da  necessidade de buscar subsídios para estudar o fracasso escolar e da certeza  que não havia como entender o fracasso escolar apenas como causa orgânica.
Surge da necessidade de entender melhor o processo de aprendizagem, não meramente envolvendo a Psicologia e a Pedagogia, porém a psicopedagogia tem recorte interdisciplinar, buscando suporte e apoio em outras áreas como a psicanálise, pedagogia social, medicina, lingüística, fonoaudiologia, e cria seu próprio objeto de estudo: a aprendizagem.
Assim, pode-se dizer que a Psicopedagogia é uma área de estudos, não tem status de ciência, é objeto de pesquisa que nasceu de uma prática que está voltada às aprendizagens.
É preciso ter clareza que a psicopedagogia é um campo de atuação que lida com saúde e educação e diretamente com o processo de aprendizagem, considerando a influência do meio, escola, família e sociedade. Sendo assim, o objetivo do trabalho psicopedagógico é promover a aprendizagem garantindo o bem-estar das pessoas em atendimento devendo-se valer-se dos seus recursos disponíveis incluindo a relação dos recursos interprofissionais, realizando pesquisas cientificas no campo psicopedagógico com intuito de promover novas aprendizagens.
Para compreender o desenvolvimento humano é importante saber que o  ser humano é composto por diferentes áreas: físico, motora, percepção, cognitivo (mente), afetiva, social, moral, personalidade (rotulo), e pode-se dizer que há duas dimensões no estudo do desenvolvimento humano: dimensão descritiva: estuda o que é e o que acontece, e dimensão explicativa: busca explicação para o desenvolvimento bem como as explicações de como são os processos. Os fatores do desenvolvimento humano são genéticos (acontece na hora da fecundação) e ambientais ( desde o útero, é remediado e corrige-se através da educação).
Não se pode esquecer que o  afeto desempenha papel fundamental na aprendizagem. Piaget diz que são questões emocionais que levam a aprender. Sem uma conduta adequada não há aprendizagem pois estas interferem mutuamente, sendo uma via de mão dupla: quanto mais aprendo, mais motivado eu fico para aprender. Não há como separar afetividade, aprendizagem e comportamento. Assim, como podemos observar o afeto é aquilo que nos move, que nos motiva, de modo que só buscamos conhecer e questionar sobre o que nos gera interesse.
Dessa forma, considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho psicopedagógico na instituição escola tem como caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldade de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.
É importante ter sempre presente a idéia de que a intervenção precoce é a primeira estratégia de inclusão. Uma criança fisicamente pode ter algum transtorno não visível, por que eles aparecem no cognitivo, no comportamento. Assim, o professor percebe e encaminha para a equipe multidisciplinar fazer as devidas intervenções.
É possível concluir pelo presente estudo, que aprendizagem é um processo complexo e evolutivo, constante que implica numa seqüência de modificações observáveis e reais no comportamento do individuo físico e biológico e no meio que o rodeia. A interação entre professor e aluno é fundamental para detectar problemas e avanços na aprendizagem.











REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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CIASCA, Sylvia.  Distúrbio de Aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar. Casa do Psicólogo, 2003

COLL, César; MARCHESI,  Álvaro; PALACIUS, Jesús e colaboradores. Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.
FIORAVANTE, Daniele Pedrosa. Afetividade e aprendizagem: aluno, professor, família e o trabalho do psicopedagogo. UNOPAR, tele aula.
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LIBANÊO, José Carlo. Adeus Professor, adeus professora: novas exigências educacionais e docente. São Paulo: Cortez, 2002.

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 ROTTA, Newra Tellechea, OHLWEILER, Lygia e RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem: abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores.  Org. COLE Michel. 7 ed. São Paulo:  Martins, 2007.

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