terça-feira, 22 de maio de 2012

O psicopedagogo na Instituição escolar e o lúdico

A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana e surgiu de uma demanda: o problema da aprendizagem. É uma ciência que se preocupa com os problemas de aprendizagem e o psicopedagogo é o profissional que deve ocupar-se inicialmente do problema envolvendo-se com o processo de aprendizagem buscando explicações do tipo: Como esta criança aprende? Como sua aprendizagem varia? Como se produzem as alterações em sua aprendizagem? Como reconhecer, tratar e prevenir os problemas de aprendizagem?
Segundo BOSSA (2000), o objeto central da psicopedagogia está estruturado em torno do processo da aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos, bem como a influência do meio (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento (apud KIGUEL, 1994, p.8). O psicopedagogo é um profissional que tem total dedicação à assessoria de instituições escolares com o intuito de certificar aos profissionais que nela atuam e oferecer condições precisas para se poder atingir uma melhor compreensão da complexidade do processo de ensinar e aprender. O trabalho desempenhado pelo mesmo permite uma composição de análises correspondentes a cada instituição escolar garantindo a elas uma melhor qualidade de trabalho para os educadores e ainda estimular à desenvoltura de relações inter-pessoais, a estabilidade de vínculos sócio-afetivos, o emprego de processos de ensino e aprendizagem compatibilizados com as concepções mais atualizadas a respeito dos métodos de trabalho e planejamento por meio de um envolvimento mais dinâmico com a equipe escolar, proporcionando acima de tudo uma ampliação no modo de olhar o aluno em torno dos problemas que ocorridos em torno de seu processo de aprendizagem. Está preparado para atender crianças e/ou adolescentes que apresentam problemas de aprendizagem, com a função de prevenir, diagnosticar e intervir, podendo sua atuação ocorrer em escolas, empresas e clinicas.
Por meio do diagnóstico psicopedagógico podem-se identificar os motivos que causam/causaram os problemas de aprendizagem, tendo como instrumentos pedagógicos provas operatórias e materiais pedagógicos em geral.  O psicopedagogo pode confirmar ou não suas suspeitas após fazer o diagnóstico na criança, podendo afirmar se há ou não problemas de aprendizagem, caso existam  o mesmo inicia com anuência da família acompanhamento psicopedagógico e também analise se a necessidade do envolvimento de outros profissionais tais como: psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista ou outro especialista dependendo do caso.
O acompanhamento psicopedagógico pode ser realizado, por meio de várias atividades e diversos recursos tais como: brincadeiras e jogos pedagógicos, contação de, todos com o objetivo de identificar o melhor caminho para a promoção da aprendizagem para a criança e ainda identificar o que pode estar causando algum bloqueio para a mesma.
Por meio de jogos a criança alcança a maturidade, aprende a ter limites, aprende a vencer e a perder, aumenta seu raciocínio, desenvolve a concentração, consegue maior atenção. Para Piaget, (1986, p. 117):
 
 (...) os jogos consistem numa simples assimilação funcional, num exercício das ações individuais já aprendidas. Gera ainda, sentimento de prazer, tanto pela ação lúdica em si, quanto pelo domínio destas ações”.
 
A atividade lúdica é um dos melhores caminhos para o entendimento do mundo da criança e/ou adolescente, por isso, a mesma deve sempre ser utilizada em sessões de acompanhamento psicopedagógico. No que se refere ao acompanhamento escolar, algumas vezes se faz necessário, o acompanhamento  por meio da observação dos cadernos, a organização e os erros cometidos, auxiliando a criança a compreender seus erros e ajudando-a descobrir o melhor meio de estudar e fazer com que a aprendizagem efetivamente aconteça. O psicopedagogo que está fora da instituição onde está a criança e/ou adolescente poderá comparecer a mesma para conversas informais ou não com o docente, colegas e demais funcionários da instituição para um melhor conhecimento da criança/adolescente atendido. O contato do profissional com as pessoas envolvidas no dia-a-dia da criança e/ou adolescente sempre revelam aspectos que podem auxiliar no acompanhamento das mesmas..
         Considerando os fatores implicados no processo da aprendizagem, pode-se pensar no papel do psicopedagogo com relação ao fracasso escolar. Ele deve buscar o que significa o aprender para esse sujeito e sua família, tentando descobrir a função do não aprender. Conhecer como se dá a circulação de conhecimento na família, qual a modalidade de aprendizagem da criança, não perdendo de vista qual o papel da escola na construção do problema de aprendizagem apresentado, tentando também engajar a família no projeto de acompanhamento para ampliar seu conhecimento sobre a dificuldade, modificando seu modo de pensar e de agir com relação à criança e/ou adolescente.
O trabalho na instituição escolar apresenta duas naturezas: o primeiro diz respeito a uma psicopedagogia voltada para o grupo de alunos que apresentam dificuldades na escola. O seu objetivo é reintegrar e readaptar o aluno à situação de sala de aula, possibilitando o respeito às necessidades e ritmos. Tendo como meta desenvolver as funções cognitivas integradas ao afetivo, desbloqueando e canalizando o aluno gradualmente para a aprendizagem dos conceitos conforme os objetivos da aprendizagem formal. O segundo tipo de trabalho refere-se à assessoria junto a pedagogos, orientadores e professores. Tem como objetivo trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e o cognitivo, através da aprendizagem dos conceitos e as diferentes áreas do conhecimento.

 

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